O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e a Financiadora de Estudos e Projetos anunciaram a liberação de R$ 243 milhões para a construção do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), um projeto de grande relevância para a ciência, saúde e indústria do país.
O RMB, que será instalado em Iperó, São Paulo, no Centro Industrial Nuclear de Aramar da Marinha Brasileira, tem como objetivo tornar o Brasil autossuficiente na produção de radioisótopos, substâncias fundamentais para o diagnóstico e tratamento de doenças como o câncer.
O reator também desempenhará papel crucial em áreas como agricultura e meio ambiente, fornecendo tecnologias nucleares para o desenvolvimento de novas culturas, controle de pragas e monitoramento ambiental.
Leita também
Além disso, o RMB servirá para testar e qualificar combustíveis nucleares, com impactos diretos nas usinas de Angra e no submarino nuclear brasileiro.
De acordo com a ministra Luciana Santos, o projeto marca um avanço estratégico para o Brasil, posicionando o país na vanguarda das tecnologias nucleares. A iniciativa conta com a colaboração de instituições nacionais e internacionais, como a Investigaciones Aplicadas (INVAP), da Argentina, e a Amazul, da Marinha Brasileira.
Os recursos liberados pelo MCTI e Finep, provenientes do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), serão utilizados para a infraestrutura do reator, aquisição de materiais e atendimento às exigências ambientais. Além dos impactos na saúde, o RMB pode reduzir a dependência do Brasil de importações, barateando tratamentos e garantindo a oferta de radiofármacos.
Integrado ao novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o projeto RMB já recebeu R$ 172 milhões em 2023 e prevê investimentos de até R$ 1 bilhão até 2026. A expectativa é que o reator contribua não apenas para a autossuficiência nuclear do Brasil, mas também para o fortalecimento da economia, ciência e inovação nas próximas décadas.
Entretanto, a complexidade do projeto envolve desafios significativos, como garantir a conformidade com padrões de segurança e coordenação internacional.
Mesmo assim, o RMB é visto como uma ferramenta essencial para o desenvolvimento do Brasil em setores estratégicos e sua inserção no cenário global de inovação científica e tecnológica.