Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, foi selecionada como a cidade pioneira no Brasil para iniciar a expansão do programa PACK (Practical Approach to Care Kit – Abordagem Prática para Kit de Cuidado), desenvolvido pela Unidade de Translação do Conhecimento da renomada Universidade da Cidade do Cabo, na África do Sul. Com o objetivo de fortalecer a Atenção Primária em Saúde e aprimorar a qualidade do atendimento à população, o PACK é uma ferramenta reconhecida mundialmente.
Uma comissão composta por representantes da Universidade da Cidade do Cabo, Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Secretaria Municipal de Saúde de Florianópolis está em Campo Grande desde o dia 15 de junho, conhecendo os processos de trabalho e a estrutura de atendimento da cidade. A comissão foi recebida pela prefeita Adriane Lopes e pelo secretário municipal de Saúde, Sandro Benites, no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), uma das unidades visitadas.
“A parceria na implementação do programa PACK é de fundamental importância para fortalecer os serviços de saúde do município. Ao unir esforços entre instituições acadêmicas e órgãos de saúde, podemos oferecer uma abordagem prática e eficaz no cuidado aos pacientes. Desta forma, através dessa troca de experiência e soma de esforços, poderemos avançar ainda mais e proporcionar uma saúde de melhor qualidade para a população campo-grandense”, enfatizou a prefeita Adriane Lopes.
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O programa PACK, desenvolvido com base em evidências científicas sólidas, auxilia os profissionais de saúde na avaliação e manejo dos pacientes na Atenção Primária. Sua implementação traz benefícios significativos, como a melhoria da qualidade dos cuidados, a padronização dos protocolos de atendimento e a promoção de melhores resultados para os pacientes.
“Ao estabelecermos essa parceria, estamos capacitando nossos profissionais de saúde com conhecimentos atualizados e diretrizes embasadas nas melhores evidências científicas disponíveis. Isso contribui para uma assistência mais qualificada e segura, além de promover a eficiência dos serviços de saúde”, afirmou a coordenadora da Rede de Atenção Básica, Glória de Araújo.
Com a implementação do programa PACK, Campo Grande será beneficiada com uma Atenção Primária mais robusta, capaz de oferecer um cuidado integrado, humanizado e de qualidade. A coordenação da Rede de Atenção Básica destaca que o programa fortalece a capacidade de prevenção, tratamento e gerenciamento de doenças, reduzindo encaminhamentos desnecessários para serviços especializados.
O PACK já foi implantado em diversos países e, no Brasil, vinha sendo implementado em Florianópolis, fruto de um acordo de cooperação de longa data com a Universidade da Cidade do Cabo. Os profissionais da Secretaria de Saúde da capital catarinense integram a equipe de tradução do conhecimento no Brasil e atuarão como apoiadores diretos aos demais municípios no processo de expansão do programa.
Além de Campo Grande, as cidades de Fortaleza (CE) e Porto Alegre (RS) também serão contempladas com o programa PACK, como parte do projeto “A Hora é Agora”. Esse projeto tem como objetivo ampliar o acesso a diagnóstico, prevenção e tratamento imediato a grupos sociais vulneráveis que vivem com HIV e AIDS. Essas capitais foram selecionadas para a implantação do PACK juntamente com Curitiba (PR).
De acordo com a coordenadora da parceria pela ENSP/Fiocruz, Marly Cruz, o projeto “A Hora é Agora” permitiu a introdução do PACK no Brasil com base na experiência bem-sucedida de Florianópolis. “No final de 2022, fizemos uma visita à cidade sul-africana, juntamente com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), nosso parceiro no Acordo de Cooperação, para conhecermos tudo sobre o programa. A partir de então, temos pensado na implementação da tecnologia nas capitais brasileiras”, explicou Marly.
A implementação do programa na Atenção Primária à Saúde nos municípios do Brasil envolve duas etapas. A primeira consiste no desenvolvimento do Guia PACK, um treinamento adaptado à realidade e às necessidades locais dos profissionais de saúde. Já a segunda fase abrange o treinamento dos líderes locais, que serão responsáveis por capacitar as equipes de saúde. A expectativa é que o programa traga avanços significativos para a saúde da população campo-grandense, proporcionando um cuidado mais eficiente e seguro.