Campo Grande: O novo epicentro do comércio internacional e agronegócio

André Rocha 6 visualizações
7 minutos de leitura

Campo Grande, frequentemente apelidada de Capital das Oportunidades, está emergindo como uma potência no comércio internacional. Em 2023, a cidade registrou um impressionante volume de comércio, com exportações ultrapassando US$ 510 milhões e importações na casa dos US$ 420 milhões. Este desempenho notável, que totalizou mais de US$ 930 milhões em comércio internacional, coloca Campo Grande no mapa global como um centro de negócios em ascensão.

A carne bovina, tanto congelada quanto resfriada, foi um dos principais produtos exportados, representando 61% do total das exportações da cidade. A soja, outro produto chave, também teve um papel significativo, especialmente considerando o aumento de 543% nas vendas para o mercado externo. Este crescimento foi impulsionado pelo aumento da produção local e pela quebra da safra na Argentina, afetada por uma severa seca.

No cenário das importações, China, Canadá e Estados Unidos foram os principais parceiros comerciais de Campo Grande em 2023, representando 62% do total importado. Por outro lado, Chile, Estados Unidos e Argentina se destacaram como os maiores compradores dos produtos de Campo Grande, somando 44% das exportações.

Campo Grande não é apenas um centro de comércio, mas também um gigante do agronegócio. Com uma área plantada superior a 165 mil hectares, a cidade ostenta o maior valor de Produção Agrícola Municipal entre as capitais brasileiras. Entre 2021 e 2022, houve um aumento de 2,45% na área plantada, enquanto o valor da produção cresceu 9,06%.

Um marco significativo para Campo Grande e para a região é o Corredor Bioceânico, um projeto ambicioso que promete revolucionar o comércio na América do Sul. Este corredor, com 2.396 quilômetros, conectará os oceanos Atlântico e Pacífico, passando por Paraguai e Argentina, até chegar ao Porto de Santos, em São Paulo. Este projeto não só encurtará as rotas marítimas para a Ásia, mas também fortalecerá as relações comerciais com países da RILA (Argentina, Bolívia, Chile e Paraguai), com quem Campo Grande já aumentou sua corrente de comércio em 34%.

A inauguração de um escritório comercial da região de Tarapacá (Chile) em Campo Grande é outro sinal da crescente importância da cidade no comércio internacional. Este movimento simboliza uma expansão nas oportunidades de comércio exterior e promete aprofundar as relações econômicas no contexto internacional,
abrindo portas para os mercados da Ásia-Pacífico.

A prefeita Adriane Lopes e o secretário municipal de Inovação, Desenvolvimento Econômico e Agronegócio, Adelaido Vila, têm desempenhado papéis cruciais neste crescimento. Eles veem a Rota Bioceânica não apenas como uma mudança na economia da região Centro-Oeste do Brasil, mas também como um catalisador para o desenvolvimento. A inauguração do escritório chileno em Campo Grande é um testemunho tangível dessas aspirações e do progresso já alcançado.

Olhando para 2024, as expectativas são altamente positivas. Prevê-se a manutenção dos produtos de destaque nas exportações e a inclusão de novos produtos e serviços na pauta internacional. Este cenário reflete uma economia robusta e adaptável, pronta para responder às dinâmicas globais e oferecer ao empresariado local maior competitividade no comércio exterior.

Além de Campo Grande, o estado de Mato Grosso do Sul como um todo demonstra força e dinamismo na balança comercial. Em 2023, as exportações do estado atingiram um valor recorde de US$ 10,517 bilhões, um aumento de 28,1% em relação ao ano anterior. Produtos como soja, celulose, milho, açúcar, farelo de soja, carne bovina e minério de ferro foram os principais destaques. Com um superávit de US$ 7,5 bilhões na balança
comercial, Mato Grosso do Sul mostrou um crescimento de 54,3% em comparação com 2022. A China continua sendo o principal destino das exportações do estado, representando cerca de 43,4% do valor total das vendas externas em 2023.

O estado também está focado em aumentar o valor agregado de suas commodities, especialmente através da indústria de transformação. Para 2024, espera-se ampliar as exportações de carnes (suína, de aves e bovina), farelos e até mesmo de etanol, diversificando ainda mais a pauta exportadora.

No cenário nacional, o Brasil registrou um desempenho histórico em 2023, com um superávit de US$ 98,8 bilhões na balança comercial, o melhor resultado em 34 anos. As exportações quase alcançaram US$ 340 bilhões, com o setor agropecuário e a indústria extrativista liderando as vendas. A soja, em particular, teve um ano recorde, contribuindo significativamente para que as exportações totais do Brasil para a China ultrapassassem US$ 100 bilhões. A União Europeia, Estados Unidos, Sudeste Asiático e Mercosul também foram destinos importantes para os produtos brasileiros.

Este desempenho notável não apenas aumenta a credibilidade do Brasil no cenário internacional, mas também atrai investimentos, posicionando o país como um player de destaque no comércio mundial. Com uma economia robusta e diversificada, o Brasil, e especialmente Campo Grande e Mato Grosso do Sul, estão bem posicionados para continuar sua trajetória de crescimento e inovação no comércio internacional.

Em resumo, Campo Grande, com seu dinamismo no agronegócio e comércio internacional, está se estabelecendo como um epicentro de oportunidades e inovação. A cidade, juntamente com o estado de Mato Grosso do Sul e o Brasil como um todo, está pronta para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades do comércio global, trazendo desenvolvimento sustentável e integrado para a região.

Compartilhar este artigo