Crescimento econômico e baixo desemprego impulsionam Campo Grande em 2023

André Rocha 4 visualizações
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Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, continua a apresentar um crescimento econômico significativo, de acordo com o Boletim Econômico do Município compilado pela Secretaria Municipal de Inovação, Desenvolvimento Econômico e Agronegócio. Os dados mais recentes divulgados pelo IBGE mostram que no primeiro trimestre de 2023, a taxa de desemprego na cidade foi de 3,4%, a menor entre as capitais brasileiras, o que sugere um cenário de pleno emprego.

No mês de abril, Campo Grande gerou 719 novas vagas de emprego formal, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Previdência. No acumulado do ano, foram criados 3.360 empregos formais, sendo 1.925 apenas no setor de serviços. Os setores da indústria e construção contribuíram com a criação de 1.358 novos empregos.

O secretário municipal de Inovação, Desenvolvimento Econômico e Agronegócio, Adelaido Vila, destaca que Campo Grande ocupa a 9ª posição entre as 27 capitais do país no aumento proporcional do número total de empregados com carteira assinada. Ele explica que a situação de pleno emprego indica o máximo aproveitamento das forças produtivas da economia, onde toda a mão-de-obra, qualificada ou não, encontra emprego devido ao impulso econômico que equilibra a situação.

No estado de Mato Grosso do Sul, o comércio varejista ampliado registrou um aumento de 4,3% em março de 2023, em comparação com o mês anterior, superando a média nacional de 3,6%. O setor de serviços teve um forte crescimento de 7,9%, também acima da média nacional de 0,9%. Embora o IBGE não forneça dados específicos para municípios, é sabido que Campo Grande representa quase 40% do comércio e serviços do estado, o que significa que uma parte significativa desses números é impulsionada pela cidade.

O número de empresas ativas em Campo Grande continua crescendo, alcançando 123.518, de acordo com dados da Receita Federal. Isso representa um crescimento de 11,51% em relação a abril de 2022, o que demonstra a resiliência da economia local e o espírito empreendedor da população.

No que diz respeito ao comércio exterior, as exportações de Campo Grande registraram um crescimento no início de 2023, enquanto as importações tiveram uma queda. Até o momento, as exportações acumulam US$ 172,191 milhões, um aumento de 1,51%, enquanto as importações totalizam US$ 171,510 milhões, uma queda de 30,45%. É importante mencionar que as importações tiveram um movimento atípico em 2022 devido ao conflito entre Rússia e Ucrânia, que levou a compras massivas de fertilizantes. Esse cenário não se repete em 2023 com a estabilização desse mercado. O saldo comercial está positivo em US$ 681.146,00. Apenas no mês de abril, as exportações totalizaram US$ 39,5 milhões, enquanto as importações atingiram US$ 52,3 milhões.

No que diz respeito à inflação, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo IBGE, registrou um aumento de 0,89% em abril em Campo Grande. No mesmo período de 2022, o índice havia subido 1,21%. Nos últimos 12 meses até abril, o IPCA acumulou um aumento de 3,21% na cidade, abaixo da média nacional de 4,18%. Pela primeira vez desde 2020, a inflação acumulada em 12 meses em Campo Grande está abaixo do centro da meta estabelecida pelo Banco Central para 2023, que é de 3,50%. Em abril, o aumento do IPCA na cidade foi impulsionado principalmente pelo reajuste na tarifa de energia elétrica residencial, que teve um aumento de 6,11%.

Segundo o Boletim Focus do Banco Central, publicado em 29 de maio, prevê-se um crescimento de 1,26% do Produto Interno Bruto (PIB) em nível nacional. No entanto, a Secretaria Municipal de Inovação, Desenvolvimento Econômico e Agronegócio (Sidagro) estima que a variação do PIB em Campo Grande chegue a 2,5% neste ano de 2023.

O economista e superintendente de Indústria, Comércio, Serviços e Comércio Exterior, José Eduardo Corrêa dos Santos, ressalta que a Sidagro está acompanhando de perto a evolução desses números em Campo Grande e no Brasil. Ele destaca que o PIB nacional no primeiro trimestre surpreendeu positivamente, impulsionado pelo setor agropecuário, no qual o estado de Mato Grosso do Sul é altamente competitivo. Os números em Campo Grande também são positivos, com a taxa de desemprego em 3,4%, a menor já registrada para um primeiro trimestre na história da cidade e também a menor entre as capitais. Devido a esses indicadores, a previsão de crescimento do PIB municipal de 2,5% para este ano está sendo revisada. Confira o Boletim aqui.

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