A inovação e a indústria farmacêutica nacional: Diálogo com a FarmaBrasil

André Rocha 10 visualizações
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Em um momento em que a inovação é essencial para a competitividade global, a indústria farmacêutica brasileira reafirma seu compromisso com o avanço tecnológico.

Na última segunda-feira (12), a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, reuniu-se com representantes da FarmaBrasil, entidade que congrega empresas farmacêuticas nacionais voltadas à pesquisa e desenvolvimento.

O encontro destacou a importância da inovação para a soberania e a sustentabilidade do país, e trouxe à tona desafios e oportunidades para o futuro da saúde no Brasil.

A FarmaBrasil reúne 12 empresas de capital 100% nacional, responsáveis por 38% dos medicamentos disponíveis no mercado de varejo brasileiro. Entre os participantes da reunião estavam Reginaldo Arcuri, presidente-executivo da associação, Adriana Marwell, vice-presidente-executiva, a farmacêutica Luana Araújo e George Cassim, gerente de Relações Governamentais da LIBBS.

Durante o encontro, Reginaldo Arcuri apresentou um panorama da indústria farmacêutica no Brasil, ressaltando que, embora o país tenha uma oferta sólida de medicamentos genéricos, o maior desafio é impulsionar a inovação. “O foco que o país precisa é a inovação”, afirmou, enfatizando a necessidade de uma política robusta de pesquisa e desenvolvimento (P&D).

Investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento

Desde 2011, a indústria farmacêutica nacional intensificou os esforços em P&D, alinhando-se ao Eixo 2 da Nova Indústria Brasil (NIB), que prioriza a inovação. Segundo Reginaldo, as empresas associadas à FarmaBrasil investiram cerca de R$ 7,8 bilhões em P&D entre 2019 e 2023, demonstrando o compromisso com o avanço tecnológico e com a busca por soluções inovadoras em saúde.

A ministra Luciana Santos reforçou a importância do Complexo Industrial da Saúde, considerado um dos pilares estratégicos do Governo Federal para alcançar a soberania no setor. “Estamos integralmente associados à NIB. O MCTI participa do Comitê do Complexo Industrial da Saúde, e essa é uma das prioridades da pasta”, afirmou a ministra.

O plano da NIB prevê investimentos de R$ 300 bilhões até 2026, destinados à política industrial. A ministra destacou que esses investimentos terão impactos amplos, como o fortalecimento da inteligência nacional e a ampliação da capacidade do país de responder a demandas de saúde.

Inovação como Pilar de Soberania Nacional

A ministra destacou ainda que o investimento em saúde vai além do aspecto econômico, sendo essencial para demonstrar o potencial da indústria nacional. “O Complexo é fundamental porque mostra o potencial e a vocação natural da nossa indústria”, declarou.

O Complexo Industrial da Saúde visa não só fortalecer a indústria farmacêutica nacional, como também garantir que o Brasil desenvolva e produza medicamentos inovadores, essenciais para a saúde pública.

Esse esforço integrado, que envolve governo, indústria e pesquisa, é considerado vital para a construção de um sistema de saúde mais resiliente e autossuficiente.

Ações Conjuntas e o Futuro da Inovação no Brasil

Além dos representantes da FarmaBrasil e da ministra, o encontro contou com a presença de membros importantes do MCTI, como Thiago de Mello Moraes, diretor substituto do Departamento de Programas Temáticos, Raphael Padula, diretor do Departamento de Fundos e Investimentos, e Julieta Palmeira, assessora da Finep.

Esses atores desempenham um papel fundamental na implementação da política de inovação no Brasil. O diálogo entre a FarmaBrasil e o MCTI reflete um esforço conjunto para promover um ambiente favorável ao P&D, essencial para a competitividade da indústria farmacêutica brasileira.

Desafios e Oportunidades para o Futuro

O encontro simboliza o papel estratégico da inovação no futuro da indústria farmacêutica no Brasil. No entanto, o setor ainda enfrenta desafios significativos, como burocracia, falta de recursos e a necessidade de maior integração entre os setores público e privado.

Superar esses obstáculos será essencial para que o Brasil se torne um líder global em inovação farmacêutica.

Políticas Públicas Coesas: Um Caminho para o Sucesso

O êxito da indústria farmacêutica nacional depende de políticas públicas eficazes. O Governo Federal, por meio do MCTI, tem desempenhado um papel crucial na articulação dessas políticas, mas é necessário fortalecer parcerias com o setor privado e instituições de pesquisa.

A criação de um ecossistema robusto de inovação requer investimentos financeiros e um ambiente regulatório que favoreça o avanço. Isso inclui a simplificação da burocracia, incentivos fiscais para P&D e a promoção de colaborações entre universidades, centros de pesquisa e a indústria.

Conclusão: Inovação como Estratégia de Soberania

A reunião entre a FarmaBrasil e a ministra Luciana Santos reforça a inovação como eixo estratégico para o futuro da indústria farmacêutica no Brasil. Com investimentos expressivos em P&D e um compromisso claro com a Nova Indústria Brasil, o país segue em um caminho promissor para fortalecer sua soberania no setor de saúde.

No entanto, o sucesso dessa jornada dependerá da superação dos desafios existentes e da criação de um ambiente que estimule a inovação contínua. A determinação do governo e da indústria será crucial para transformar essa visão em realidade, garantindo um futuro mais saudável e sustentável para o Brasil.

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