Empreendedor de Ponta Porã aposta na erva-mate como pilar de negócios

André Rocha 2 visualizações
3 minutos de leitura

Em um cenário bucólico do assentamento Itamarati, em Ponta Porã, um modesto galpão destaca-se pela dedicação à produção artesanal de erva-mate. Este é o legado de José Rodrigues, que há cinco anos decidiu apostar em uma tradição de Mato Grosso do Sul: o tereré. Uma aposta que, segundo ele, foi financiada pela venda de ovos e foi construída sem a necessidade de empréstimos.

A saga deste empreendedor rural começou há 12 anos, quando ele plantou seus primeiros ervais. No entanto, o cenário naquela época era diferente. “Muitos estavam plantando amoras com o objetivo de criar bicho-da-seda. Era uma tendência entre os vizinhos. Porém, fiz as contas e percebi que com a erva-mate, eu poderia ter um lucro adicional e uma rotina menos intensa”, conta Rodrigues.

A escolha de José não foi ao acaso. A árvore de erva-mate, nativa da região, requer mínimos cuidados, permitindo-lhe ter uma operação sem o uso de pesticidas. Ele orgulhosamente descreve seu modelo de negócios como uma escolha consciente que lhe permite equilibrar trabalho e lazer, evitando uma vida “absorvida” pelo trabalho contínuo.

Mesmo antes de ter a infraestrutura necessária para o cancheio, Rodrigues já comercializava sua produção para empresas do setor, que colhiam e processavam as folhas.

O ponto de virada para José ocorreu com a venda de ovos, negócio que ele descreve com um misto de nostalgia e alívio. “A venda de produtos de origem animal tem muita regulamentação e fiscalização. Foi um desafio”, diz. No entanto, após concluir a construção de seu galpão, ele abandonou a avicultura e se concentrou totalmente no tereré.

Hoje, com um investimento aproximado de R$ 40 mil, a erva-mate tornou-se a principal fonte de renda de Rodrigues. “A produção vegetal é mais simples, especialmente em termos de regulamentação. Já produzi até 400 quilos em uma semana”, destaca.

Contudo, como todo negócio, a produção de Rodrigues enfrenta desafios. Atualmente, ele busca um colaborador para o cancheio, após o falecimento de seu último funcionário. Enquanto isso, ele retornou temporariamente ao modelo anterior, vendendo sua produção para empresas especializadas.

Este é um testemunho do espírito empreendedor de Rodrigues, que, enfrentando desafios e aproveitando oportunidades, construiu um negócio sustentável e lucrativo, baseado em uma tradição regional.

Compartilhar este artigo