O setor de bioenergia em Mato Grosso do Sul vive um momento de expansão significativa, com investimentos previstos de quase R$ 6 bilhões nos próximos anos.
Para fortalecer essa tendência, o Governo do Estado, por meio da Semadesc, está intensificando o diálogo com líderes do setor sucroenergético, buscando alinhar estratégias que promovam o crescimento e a competitividade da indústria.
Em uma reunião decisiva realizada na sede da Biosul (Associação de Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul), o secretário da Semadesc, Jaime Verruck, reuniu-se com empresários das 15 maiores usinas sucroalcooleiras do estado.
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Mediado pelo presidente da Biosul, Amaury Pekelman, o encontro destacou a necessidade de uma cooperação contínua entre o governo e o setor privado para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades emergentes.
Entre os temas discutidos, destacaram-se questões logísticas, melhorias em infraestrutura, reforma tributária e qualificação de mão de obra. O secretário Jaime Verruck enfatizou a importância desses pontos para garantir o crescimento sustentável do setor.
“Discutimos em profundidade como a reforma tributária impactará o segmento, além da logística essencial para o escoamento da produção, e a urgente necessidade de qualificação profissional para atender à crescente demanda das usinas”, afirmou Jaime Verruck.
O setor sucroenergético do estado atualmente conta com 20 unidades operacionais, e a expansão segue em ritmo acelerado. Jaime Verruck anunciou a iminente operação de duas novas plantas: uma em Sidrolândia, sob a gestão da Inpasa, e outra em Paranaíba, pertencente à Pedra Agroindustrial.
Além disso, o Grupo Agroterenas iniciou o processo de reativação da antiga Usina Aurora, em Anaurilândia, demonstrando o comprometimento com o crescimento do setor.
Um marco importante foi a entrada de Mato Grosso do Sul na produção de etanol de milho, que resultou em um aumento de 25% na produção de biocombustíveis na última safra.
Com o início das operações da unidade Neomille, do Grupo CerradinhoBio, em Maracaju, e a segunda unidade da Inpasa, em Sidrolândia, espera-se que esse percentual continue a crescer, consolidando o estado como um dos principais produtores de biocombustíveis do país.
“O setor sucroenergético de Mato Grosso do Sul é uma força indiscutível na economia estadual. Somos o quarto maior produtor de cana-de-açúcar do Brasil, com 630 mil hectares colhidos, e processamos mais de 40 milhões de toneladas.
Além do etanol de cana e milho, destacamo-nos na produção de biometano, biogás e etanol de segunda geração, colocando Mato Grosso do Sul na vanguarda da bioenergia no país”, destacou Jaime Verruck.
O secretário sublinhou a importância de encontros como o realizado na Biosul, onde foram discutidas as estratégias governamentais para ampliação da produção e incentivos fiscais, como a redução do ICMS, que já refletem em resultados positivos para o setor.
“Essas reuniões são essenciais para apresentar nossas estratégias e ouvir as demandas do setor, garantindo que as políticas públicas estejam alinhadas com as necessidades reais dos empresários e contribuam para o crescimento sustentável”, disse.
Outro ponto central do encontro foi a infraestrutura necessária para suportar o crescimento do setor. A melhoria das estradas e a ampliação das ferrovias são fundamentais para garantir o escoamento eficiente da produção.
A logística, um dos principais desafios do setor, está na mira do governo estadual, que se comprometeu a trabalhar junto aos empresários para buscar soluções que minimizem os custos de transporte e maximizem a competitividade.
Além disso, a qualificação da mão de obra foi destacada como uma prioridade. Com o aumento das operações nas usinas, a demanda por profissionais qualificados cresce na mesma proporção.
O governo estadual, em parceria com instituições de ensino e empresas do setor, está desenvolvendo programas de capacitação para formar profissionais aptos a atender às necessidades específicas do setor sucroenergético.
A reforma tributária, outro tema amplamente discutido, traz desafios e oportunidades. O governo do estado está atento às mudanças fiscais e se mostra disposto a trabalhar em conjunto com os empresários para mitigar possíveis impactos negativos e aproveitar as oportunidades que surgirem.
O encontro reforçou a importância do diálogo constante entre governo e setor sucroenergético para enfrentar os desafios e explorar as oportunidades de um mercado em expansão.
Com investimentos expressivos, o setor de bioenergia de Mato Grosso do Sul está pronto para continuar crescendo, contribuindo significativamente para a economia do estado e para a sustentabilidade energética do Brasil.
A união de esforços entre o setor público e privado será crucial para que Mato Grosso do Sul se mantenha como um dos principais polos de produção de bioenergia do país.
As estratégias alinhadas durante o encontro serão determinantes para o sucesso futuro do setor, que demonstra um potencial de crescimento impressionante e uma capacidade de inovação que o coloca na liderança do desenvolvimento sustentável no Brasil.
Com o compromisso de manter um diálogo aberto e produtivo, o futuro do setor sucroenergético em Mato Grosso do Sul parece mais promissor do que nunca.
Com investimentos em andamento e novos projetos previstos, o estado está preparado para enfrentar os desafios e consolidar sua posição de destaque no cenário nacional da bioenergia.