A Impulse Space, uma empresa emergente no setor aeroespacial, anunciou detalhes empolgantes sobre seu novo produto, a etapa de impulso Helios. Este avanço promete transformar o acesso à órbita geoestacionária (GEO), tornando-o mais acessível e eficiente do que nunca.
Atualmente, a maioria das espaçonaves é lançada para a órbita terrestre baixa (LEO), situada a até 2.000 milhas da Terra. Contudo, para enviar satélites à órbita geoestacionária, situada a cerca de 22.000 milhas, as empresas enfrentam um dilema: optar por foguetes especializados, como o Falcon Heavy da SpaceX ou o Atlas V da United Launch Alliance, ou lançar-se em uma órbita intermediária e utilizar propulsão própria para alcançar a GEO. Ambas as opções são, respectivamente, caras e demoradas.
A Impulse Space apresenta uma terceira alternativa: a etapa de impulso Helios, compatível com veículos de lançamento de médio porte e capaz de transportar cargas de até 5 toneladas da LEO diretamente para a GEO em menos de 24 horas. Esta inovação promete reduzir drasticamente o tempo e o custo associados a viagens para órbitas mais distantes.
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Tom Mueller, CEO da Impulse Space e ex-CTO de Propulsão da SpaceX, é uma figura renomada no mundo da propulsão espacial. Sob sua liderança, a Impulse Space já desenvolveu e lançou o Mira, uma espaçonave para entregas de “última milha”. Agora, com o Helios, a empresa busca ir além, utilizando propulsores criogênicos, como oxigênio líquido e metano líquido, semelhantes aos usados nos motores Raptor da SpaceX e Aeon R da Relativity Space.
O uso de propulsores criogênicos, apesar de apresentar desafios, como a necessidade de armazenamento pré-lançamento, oferece vantagens significativas em termos de custo, segurança e desempenho. Esses combustíveis são baratos, não tóxicos e de alta performance, contribuindo para a redução dos custos operacionais do Helios.
A aposta da Impulse Space com o Helios não se limita apenas à órbita GEO. Devido à sua alta capacidade energética, a etapa de impulso poderá também atender missões destinadas à órbita lunar, solar e aos pontos de Lagrange. A empresa planeja realizar o primeiro teste do propulsor Deneb ainda este ano, com um lançamento de demonstração previsto para 2026.
Mueller ressalta que a redução de custos para acessar a GEO pode impulsionar a demanda por serviços de transporte espacial, assim como aconteceu com a órbita LEO. Ele acredita que, com o crescimento das constelações de satélites em LEO, como Starlink e Kuiper, o próximo passo será o retorno à órbita GEO para a transmissão de dados.
A visão da Impulse Space é clara: assim como a SpaceX e outras empresas revolucionaram o acesso à LEO, a Impulse pretende fazer o mesmo para órbitas mais altas e energéticas. Com o Helios, a empresa se posiciona na vanguarda da inovação aeroespacial, prometendo uma solução que equilibra custo, eficiência e desempenho, alinhada com as tecnologias atuais.
Este desenvolvimento representa um marco significativo na exploração espacial e na indústria de satélites, abrindo novas possibilidades para empresas e pesquisadores que buscam expandir suas operações para além da órbita terrestre baixa. A Impulse Space, com sua abordagem inovadora e visão de futuro, está pronta para liderar essa nova era da exploração espacial.