O Governo de Mato Grosso do Sul deu um passo estratégico para reforçar sua infraestrutura com a assinatura de um contrato de financiamento de R$ 2,3 bilhões com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.
Firmado em Brasília no último dia 26, o acordo visa, sobretudo, o investimento em infraestrutura rodoviária na região leste do estado, chamada de “Vale da Celulose“, onde grandes empresas do setor têm atraído vultuosos investimentos privados.
O financiamento faz parte de um plano mais amplo de fortalecimento regional, voltado para aumentar a competitividade de Mato Grosso do Sul, que já abriga grandes indústrias de celulose, como Suzano e Eldorado, e que verá novos aportes com a chegada da Arauco e Bracell.
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Essas empresas impulsionam a economia local e geram milhares de empregos. Porém, o rápido crescimento econômico da região exige uma infraestrutura moderna para atender à crescente demanda logística.
O montante financiado será utilizado para pavimentar 569 km e restaurar 249 km de estradas estaduais, num total de 818 km. Essas intervenções são estratégicas, já que muitas das vias da região ainda são de terra, o que encarece o transporte de mercadorias e dificulta o escoamento da produção. O Governo Estadual também complementará o investimento com uma contrapartida de R$ 300 milhões.
Segundo o governador Eduardo Riedel, o “Vale da Celulose” está se consolidando como um polo industrial crucial para o Brasil. “Esse recurso do BNDES é vital para continuarmos a atrair investimentos e gerar oportunidades. A modernização da infraestrutura diminuirá custos e aumentará a competitividade das empresas na região”, afirmou Eduardo Riedel.
Além disso, o governador destacou o impacto da nova fábrica da Arauco, que investirá R$ 26 bilhões no município de Inocência. Esse projeto, somado às operações de Suzano e Eldorado, reforça o papel de Mato Grosso do Sul como um importante polo no setor de celulose.
Outro ponto importante do acordo é a parceria entre os governos estadual e federal, que permitirá a concessão de trechos das BRs 262 e 267 ao estado. Esses trechos, totalizando 870 km de rodovias, serão licitados em dezembro na bolsa de valores B3.
A expectativa é que o projeto atraia investimentos de R$ 5,7 bilhões nos próximos anos, além dos recursos do BNDES e do Governo Estadual, somando quase R$ 10 bilhões destinados à infraestrutura.
As concessões prometem melhorias significativas na malha rodoviária e na logística, beneficiando diretamente os setores industrial e agrícola. Estima-se que essas obras possam gerar cerca de 80 mil empregos, impactando diretamente a economia local.
O projeto financiado pelo BNDES traz inovações que buscam não só melhorar a logística, mas também aumentar a resiliência ambiental. O presidente do BNDES, Aluízio Mercadante, destacou a importância de medidas como a prevenção de incêndios em rodovias, especialmente relevantes em áreas com florestas plantadas.
“Esse projeto vai além da pavimentação. Ele traz soluções inovadoras que melhoram a segurança e a eficiência, além de promover a sustentabilidade ambiental”, disse Mercadante.
Riedel também ressaltou a colaboração entre o setor público e privado no combate a incêndios, crucial para proteger as florestas utilizadas pela indústria de celulose.
O contrato com o BNDES representa um passo importante para a modernização de Mato Grosso do Sul e a consolidação de seu desenvolvimento econômico. Além das melhorias em rodovias, outros projetos estão sendo avaliados, como a expansão da infraestrutura de gás e parcerias público-privadas para a gestão de parques estaduais.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, presente na assinatura do contrato, reforçou a importância de projetos bem estruturados para o crescimento regional. “Quando o projeto é bem elaborado, o dinheiro aparece, a economia gira, e os empregos são criados”, afirmou.
Com uma economia em expansão e um governo comprometido com o desenvolvimento sustentável, Mato Grosso do Sul se posiciona como um dos estados mais promissores do país.
O futuro reserva crescimento e novas oportunidades para a região, impulsionadas pela união entre o setor público e privado e pelos investimentos em inovação.