No contexto da celebração do 50º Dia Mundial do Meio Ambiente, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) marcou presença em um evento de destaque, com foco na conscientização sobre a problemática da poluição plástica. Sob a hashtag #CombataAPoluiçãoPlástica, o objetivo central foi intensificar o apelo às autoridades governamentais, sociedades e empresas para que invistam e adotem soluções efetivas a fim de erradicar esse tipo de poluição.
O evento, organizado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), contou com a participação do MCTI, do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
De acordo com Gustau Máñez Gomis, representante do Pnuma no Brasil, a humanidade consome mais de 400 milhões de toneladas de plástico anualmente. Esse material leva mais de trezentos anos para se decompor na natureza e tem causado danos significativos ao meio ambiente e à saúde humana. Partículas microscópicas de plástico estão sendo encontradas até mesmo no leite materno, nos pulmões e no sangue. Com um esforço global e a utilização das tecnologias disponíveis atualmente, é possível reduzir 80% da poluição plástica até o ano de 2040.
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Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, enfatizou a urgência de implementar políticas públicas direcionadas à redução do consumo de plástico. Ela ressaltou que o plástico não conhece fronteiras geográficas e, portanto, é necessário que as nações se unam para reduzir o consumo e a produção de embalagens, garrafas, canudos e outros itens feitos desse material nocivo ao meio ambiente e ao planeta. Os danos causados pelo plástico podem persistir por séculos.
Henrique Miguel, secretário de Ciência e Tecnologia para Transformação Digital do MCTI, destacou as ações em andamento para reduzir a poluição nos oceanos e reiterou o compromisso do ministério com a preservação ambiental.
O MCTI desempenha um papel fundamental ao impulsionar o desenvolvimento de materiais compostáveis como alternativas ao plástico, e tem investido em iniciativas nessa área. Uma delas é a criação do Comitê de Especialistas Rede Oceano sem Plástico – MCTI, cujo objetivo é assessorar o ministério em diversas frentes, como a promoção da integração entre pesquisa científica e desenvolvimento tecnológico, a definição de prioridades de pesquisa, a articulação de iniciativas de pesquisa e inovação, o desenvolvimento de políticas públicas, o estudo da cadeia produtiva do plástico, a promoção de soluções para descarte e substituição desse material, a educação sobre o consumo consciente, a luta contra a poluição marinha, a redução dos impactos sobre a biodiversidade, além de fornecer posicionamentos nacionais e internacionais na área.
Roberto de Pinho, pesquisador envolvido no tema, alertou para os riscos decorrentes da poluição plástica nos oceanos, como a disseminação de doenças em áreas com alta concentração de resíduos plásticos, o aumento da resistência a antibióticos em seres humanos, a maior exposição a espécies invasoras prejudiciais, bem como os danos a tecidos e órgãos humanos causados por nanopartículas plásticas. Nesse sentido, é essencial pensar no futuro e trabalhar em conjunto em busca de alternativas socialmente adequadas, que preservem e restaurem o meio ambiente e as espécies que o habitam, com base na melhor ciência disponível.