Missão Técnica explora a Serra da Canastra para valorizar produtos pantaneiros

André Rocha 118 visualizações
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Em uma iniciativa estratégica para impulsionar a valorização dos produtos da região pantaneira, a Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), em parceria com o Sebrae/MS e a Associação Pantaneira de Pecuária Orgânica e Sustentável (ABPO), realizou uma missão técnica à Serra da Canastra, em Minas Gerais.

O objetivo da viagem foi promover um intercâmbio de conhecimentos com os produtores locais, visando replicar as melhores práticas na produção de carne, queijo, mel e turismo no Pantanal.

Inspiração na Serra da Canastra

Reconhecida internacionalmente pela excelência de seus queijos e cafés, a Serra da Canastra se destacou pela adoção de práticas associativas e pela certificação de Indicação Geográfica (IG), que assegura a origem específica dos produtos e agrega valor no mercado. Inspirada por esse modelo, a missão técnica buscou identificar estratégias para replicar o sucesso desses produtos em Mato Grosso do Sul.

De acordo com o secretário-executivo de Ciência, Tecnologia e Inovação da Semadesc, Ricardo Senna, a imersão nas práticas adotadas pelos produtores da Canastra foi essencial para entender os mecanismos que fortalecem a competitividade das cadeias produtivas. “Nossa meta é aumentar a competitividade dos produtos pantaneiros. Avaliar as práticas de sucesso da Serra da Canastra nos permite ajustar nossos esforços e incentivar práticas associativas entre nossos produtores, além de trabalhar na Indicação Geográfica para os produtos de Mato Grosso do Sul”, afirmou Senna.

Diversidade Produtiva como Modelo

Eduardo Cruzetta, presidente da ABPO, destacou a diversidade de sistemas produtivos encontrados na Serra da Canastra, que variam desde os mais artesanais até os mais empresariais. Essa variedade, segundo Cruzetta, serve de inspiração para o Pantanal. “Essa diversidade é um aprendizado importante para a implementação da IG da carne pantaneira e para estimular outras IGs, como a do queijo e do mel pantaneiro”, observou.

A missão contou também com a participação de representantes de instituições de destaque no Pantanal, como Embrapa, Famasul e Sindicato Rural de Corumbá, evidenciando a importância do trabalho colaborativo para a valorização dos produtos regionais.

Rumo à Certificação

Durante a visita, o grupo conheceu propriedades e cooperativas na Canastra, incluindo a primeira queijaria premiada da região. Frederico Stella, diretor-tesoureiro da Famasul, destacou o impacto positivo da valorização dos produtos de origem. “Ver o quanto eles conseguiram agregar valor aos seus produtos com o reconhecimento da origem foi inspirador. Sabemos que trazer essa proposta para o Pantanal envolve desafios, mas estamos otimistas de que isso será uma realidade em breve”, comentou Stella.

A missão técnica à Serra da Canastra é uma etapa crucial na busca pela certificação de Indicação Geográfica da Carne Pantaneira, cujo pedido está prestes a ser protocolado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). A expectativa é que essa certificação traga benefícios econômicos, sociais e ambientais para a região.

Oportunidades para o Turismo e Economia Local

Além dos benefícios econômicos, a IG tem o potencial de impulsionar o turismo na região pantaneira. A Serra da Canastra, além de seus produtos renomados, é um destino turístico atraente, e o Pantanal pode seguir esse exemplo, combinando a riqueza natural e cultural com produtos certificados de alta qualidade.

“A experiência da Canastra mostra que turismo e valorização dos produtos locais caminham juntos. No Pantanal, podemos transformar essa combinação em um diferencial competitivo”, destacou um especialista em turismo rural que acompanhou a missão.

Perspectivas Futuras

A missão à Serra da Canastra representa um marco na valorização dos produtos pantaneiros. A troca de experiências e a observação de práticas bem-sucedidas em outras regiões são fundamentais para que o Pantanal atinja seu potencial, tanto no mercado interno quanto no internacional.

O trabalho conjunto entre a Semadesc, Sebrae, ABPO e outras entidades sinaliza que o Pantanal está no caminho certo para se tornar uma referência em produtos de origem controlada, contribuindo para o desenvolvimento econômico sustentável da região. Com a certificação da IG da carne pantaneira e a possível criação de novas certificações, o Pantanal tem a oportunidade de se posicionar como uma região de excelência, reconhecida no Brasil e no mundo.

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