O Governo do Paraná está a ponto de apresentar ao Ibama uma análise minuciosa do traçado atualizado da Nova Ferroeste, um projeto de grande relevância para a logística do estado. Este extenso documento, com mais de 700 páginas, incorpora 27 otimizações no traçado original, as quais surgiram a partir de sugestões de audiências públicas, entidades e administrações municipais desde novembro de 2021.
O principal objetivo dessas mudanças é alinhar a infraestrutura planejada com as preocupações ambientais e sociais, o que inclui desviar a rota em certas áreas urbanas para preservar árvores importantes, como perobas e araucárias. Além disso, essas adaptações visam minimizar desapropriações, resultando em uma redução de 19,5% no número de propriedades afetadas em comparação com o traçado original, que abrangia 2.655 propriedades. Destaca-se também uma diminuição de 21% na supressão de mata nativa, reforçando o compromisso com a sustentabilidade.
Luiz Henrique Fagundes, coordenador do Plano Estadual Ferroviário, enfatizou que essas mudanças não apenas respeitam o meio ambiente, mas também reduzem os impactos urbanos, contribuindo para uma melhor convivência entre as cidades e a ferrovia.
Conhecida também como Corredor Oeste de Exportação, a Nova Ferroeste se destina a posicionar o Paraná como um ponto central na logística nacional, conectando estados e até países vizinhos. No entanto, seu processo de licenciamento tem sido longo e complexo, com o Ibama solicitando estudos adicionais para assegurar a conformidade do projeto com as necessidades ambientais e sociais.
Essa ferrovia é uma prioridade não apenas para o Paraná, mas também para o estado de Mato Grosso do Sul, conforme destacou o secretário Jaime Verruck. Ele vê a ferrovia como um elemento-chave para modernizar a logística regional, tornando a produção local mais competitiva e melhorando a conexão com mercados nos estados do sul.
Os estudos envolveram uma equipe diversificada que analisou desde a fauna e flora até a qualidade do ar e da água, assegurando que a ferrovia respeite o meio ambiente em todos os aspectos. Além disso, houve um compromisso com as comunidades indígenas, com o projeto sendo discutido e aprovado pelas aldeias da Terra Indígena de Rio das Cobras, demonstrando o esforço conjunto em busca de um trajeto com o menor impacto possível.
A Nova Ferroeste é única no transporte por integrar a Iniciativa de Mercados Sustentáveis, ligada à Coroa Britânica. Com 1.567 quilômetros planejados, a ferrovia promete reduzir significativamente o “custo Brasil”, tornando-o até 30% mais eficiente.
Após a obtenção da Licença Prévia Ambiental, a proposta seguirá para leilão, enquanto os preparativos continuam, evidenciando o potencial dessa ferrovia como uma solução inovadora e sustentável para o futuro logístico do Brasil.